HISTÓRIA
DAS BANDAS
A história das sociedades filarmônicas
brasileiras remonta ao período em que D.João VI chegou ao
Brasil. Acompanhando a corte estava a Banda da Armada Real de Portugal.
Um conjunto musical militar muito conhecido na Europa. À época,
atuavam no país, pequenas orquestras de cordas e coros destinados
aos ambientes das igrejas.
A música dita das ruas era feita pelas bandas de barbeiros as quais
executavam instrumentos de sopro. A organização de uma sociedade
filarmônica não se restringia à arte de execução
musical. Com o advento das primeiras entidades, suas diretorias interessavam-se
pela criação de bibliotecas e salas para audição
de poemas e apresentações de dança. A partir daí
e com a obrigatoriedade, prevista em decreto real, de se formarem bandas
de música em todas as corporações militares do país,
disseminou-se o gérmen que propiciou o florescimento de muitas
outras sociedades musicais.
AS HISTÓRIAS DAS CORPORAÇÕES
MUSICAIS EM MINAS
Em Minas Gerais, durante
o século XVIII, viveram cerca de 15.000 músicos, sendo que
1.500 dos quais eram compositores; só em Vila Rica, entre 1787
e 1790, atuavam mais de 250 músicos profissionais. Sobre este aspecto,
merecem especial destaque as primeiras vilas criadas na região
do Campo das Vertentes, no vale do Rio das Mortes: São João
Del-Rei, Tiradentes e Prados. Estas três cidades são as únicas
do país onde, além de terem sido guardados importantes arquivos
musicais, mantiveram-se vivas quatro orquestras mais que centenárias,
duas das quais atuantes desde o século XVIII.
Duas corporações musicais dividiam,
desde os anos de ouro do período colonial, os serviços musicais
religiosos em São João Del-Rei: a Orquestra Lira Sanjoanense
e a Orquestra Ribeiro Bastos. Dois outros Grupos – Orquestra Ramalho,
de Tiradentes, e a Lira Ceciliana, de Prados – ambos criados na
segunda metade do século XIX, mas certamente derivados de grupos
atuantes no período colonial, completam este quadro único
de sobrevivência da experiência musical mineira do século
XVIII.
As corporações musicais
da região do Campo das Vertentes são o testemunho vivo de
mais de dois séculos de vida musical, e isto significa muito em
um País onde a memória – cultural, inclusive –
conta tão pouco. Elas são exemplo da sobrevivência
e vivência do passado, procurando ser, também, vivência
do presente, mostrando, nos mais diversas cidades brasileiras, aquela
música que faz parte da vivência diária dos seus habitantes.
Hoje, as filarmônicas
ensinam música e cidadania a mais de 9 mil baianos, entre alunos
e músicos. Prestam essas orientações gratuitamente,
os capacitam como cidadãos e profissionais ampliando as suas possibilidades
de socialização e inserção no mercado de trabalho.Com
a criação da ONG Casa das Filarmônicas, em parceria
com o Ministério da Cultura, através do seu Programa de
Incentivo às Bandas de Música, e com o Governo do Estado,
através da sua Secretaria da Cultura e Turismo, as filarmônicas
estão vivenciando um processo de revitalização e
fomento necessário à sua sustentação como
uma identidade cultural do nosso Estado. Além das ONGs, há
também outras atividades envolvendo as corporações
musicais como: concursos de bandas e fanfarras, revistas especializadas,
como a Magníficas, que acaba de completar três anos de publicação,
e muitos sites.
Saiba muito mais sobre esse assunto no www.funarte.gov.br
.
Texto e pesquisa - Cláudia e Adriano.
Voltar
|